Carta anônima #19

Bruno Garofalo
3 min readFeb 21, 2022

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Eu poderia ter aproveitado o Valentine’s Day semana passada pra te escrever de novo. Não foi o caso.

Talvez eu quisesse derrubar um pouco o estigma da data, aproveitando só a parte puramente romântica e ignorando o resto. Mas talvez esse estigma só exista na minha cabeça; não falei com ninguém a respeito. Eu até tenho uma música, que compus aos 15 anos, e que canto tradicionalmente nesse dia, porque ela tem um pouco a ver.

Às vezes eu sinto falta de poder ser romântico só por ser. Sem necessariamente deixar no ar uma necessidade de retribuir, sem ter que automaticamente pregar um rótulo na testa. Só fazer uma coisa ou outra que faça aquele carinho no coração e arranque sorrisos, talvez suspiros. Se eu sinto falta de receber alguma coisa assim, de fazer eu sinto mais ainda.

Talvez a minha linguagem do amor seja uma mistura de todas as linguagens. Umas mais, outras menos, mas eu sou capaz de me expressar relativamente bem em todas elas. E essa coisa de fazer presentes também vem lá daquele conselho do John Green que eu simplesmente vou levar pro resto da vida.

Sabe o que não mudou desde a última vez que te escrevi? Os meus sonhos. Você apareceu mais umas três ou quatro vezes, e eu não sei se deveria me preocupar com isso. Sempre é muito bom, mas eu sempre acordo com aquele sentimento de paris. Como aparece no começo da música de mesmo nome dos Chainsmokers, que você provavelmente conhece:

Paris - 1: um anseio sentimental por uma realidade que não é genuína / 2: uma condição irrecuperável de fantasia que evoca nostalgia ou sonhar acordado.

Se fosse algum tempo no passado, na época que aquela conversa do Neymar vazou e virou meme, seria algo como “saudade do que a gente não viveu ainda”. Ainda. É isso que me pega. A esperança quase dentro do alcance dos meus braços de que algumas coisas que eu sonhei são plenamente possíveis de serem vividas, e nem é tão difícil assim de acontecer.

Eu sou um especialista em transformar sonhos em realidade, sabia?

Mas a realidade, por enquanto, ainda é acordar em paris e passar o dia todo com a cara no trabalho para evitar pensar demais nos sonhos em questão. O foda é a ansiedade. É que eu fico te vendo de longe e pensando que talvez eu esteja perdendo tempo. E para uma mente ansiosa (e ociosa), qualquer copo d’água é grande o suficiente para abrigar uma tempestade inteira.

Mas se chover, eu te protejo.

Eu abri meu coração. Agora é hora de você abrir o seu. Curtiu? Então deixa suas palmas aí nesse texto se ele fez você refletir ou mesmo sentir alguma coisa. Vale até se te arrancou um sorriso. Se você quiser me acompanhar mais de perto e saber com exclusividade o que eu penso, você pode clicar no botão ao lado da minha foto para me seguir no Medium e sempre ficar de olho nas publicações.

Se você quiser mais, leia também:

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Viva e não deixe morrer

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Bruno Garofalo

Levando poesia à vida comum. Textos às segundas, com (cada vez menos) raras exceções. Escrevo sobre o que quer que me inspire.