Vibração

Bruno Garofalo
4 min readNov 22, 2022

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Dall-E.

Algumas conexões parecem que sempre existiram.

Alguns corações parecem que sempre se conheceram.

A alma não vibra com qualquer um.

Vi essas três frases curtas e deveras corajosas num post de Instagram recentemente. A pessoa diz que viu a terceira frase na parede de um boteco que costumava frequentar na época da faculdade. E é por ela que eu queria começar.

E começar afastando alguns preconceitos e lugares-comuns. O primeiro: não é porque é clichê que é ruim. Acho que eu, você e qualquer outra pessoa podemos muito bem estar cansados de ouvir as mesmas coisas sempre. Principalmente quando elas vêm com o sentido diluído, mas repletas de intenção (seja ela qual for), num post qualquer como esse que citei.

E digo isso porque a minha principal posição a respeito é: se é clichê, é porque é verdade, e foi repetido por vezes o suficiente a ponto de ser banalizado. Dito isso, devemos retirar essa primeira camada de preconceito e olhar para o texto buscando absorver o que ele diz.

O segundo: não é ruim só porque está numa parede de boteco, numa porta de banheiro ou num banco de ônibus. Acredito que muita gente, com o coração genuinamente cheio de alguma coisa, para por alguns instantes e se expressa da forma que acha melhor — ainda que essa expressão seja uma paráfrase de um autor desconhecido, ou letra de uma música “brega”.

Um sentimento que preenche espaços e precisa sair. Que pode ser aconchegante ou incômodo. E nós nunca teremos como saber o que passa no coração do outro, até que ele, de alguma forma, coloque para fora. Como é o caso dessas pequenas expressões sentimentais.

Sobre a frase em si, também existiria um terceiro, se eu quisesse entrar nisso: “alma vibrar” soa muito como coisa de jovem místico, que também pode ser bem cansativo. Principalmente quando é um estereótipo constantemente forçado em redes sociais. Pessoal perde a linha e acaba tornando tudo muito bobo — como sempre.

Mas, como eu disse, retiremos as camadas de preconceito e olhemos para o que o texto diz. De fato, é interessante perceber como não é todo mundo que nos desperta interesse. E não só um tipo de interesse romântico: a gente tende a não se relacionar de forma alguma com uma pessoa cuja companhia não desperta pelo menos um pequeno prazer.

Junto com isso, penso que todo mundo é legal pra alguém. Por mais que a pessoa tenha valores diametralmente opostos aos seus, vai ter alguém com quem ela se identifica. E nós sempre seremos vilões na história de alguém. Pessoas te amarão simplesmente porque você existe, e te odiarão pelo mesmo motivo.

Talvez a vida seja curta demais para nos relacionarmos com quem não faz nossa alma vibrar. Com certeza tem muita gente por aí que nos desperte interesse, que valha a pena conhecer e que sempre deixe aquele gostinho de querer um pouco mais.

E isso nos leva às outras duas frases: entre essas pessoas que valem a pena, existe um grupo ainda mais especial. Às vezes vai ser só uma. E nós corremos constantemente o risco de passar uma vida inteira sem sentir que existe uma conexão verdadeira e… quase transcendental com o outro.

Aquela conexão que não tem explicação. Que se mostra na energia, no bem-estar de simplesmente estar na presença da pessoa, desfrutando da companhia dela. Que fica evidente em pequenas coincidências e eventos inexplicáveis — senão pela metafísica.

Depois de atravessar uma madrugada em claro, sofrendo com o calor e com a insônia (não diretamente relacionada a ele), percebi uma coisa. A vida é, de fato, muito curta para que não nos esforcemos o máximo possível para estar na presença dessas pessoas.

Principalmente porque nós não sabemos até quando a vida vai permitir que essa troca aconteça.

Eu abri meu coração. Agora é hora de você abrir o seu. Curtiu? Então deixa suas palmas aí nesse texto se ele fez você refletir ou mesmo sentir alguma coisa. Vale até se te arrancou um sorriso. Se você quiser me acompanhar mais de perto e saber com exclusividade o que eu penso, você pode clicar no botão ao lado da minha foto para me seguir no Medium e sempre ficar de olho nas publicações.

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Bruno Garofalo

Levando poesia à vida comum. Textos às segundas, com (cada vez menos) raras exceções. Escrevo sobre o que quer que me inspire.