Overthinking

Refletindo sobre o tal “pensar demais”

Quer ilustração melhor do que essa?

Vamos começar com dois exemplos:

Fulano me chamou pra sair hoje. Eu quero ir, mas hoje é quinta. Tudo bem que será um bom rolê, mas amanhã eu trabalho, vou ter que gastar com transporte (ida e volta), com a entrada, com o que eu vou consumir e ainda por cima vai ter aquele cara chato que sempre estraga a noite. É, acho melhor não ir mesmo.

Estou realmente precisando dessa vaga. Já faz um tempo que eu estou desempregado e, se continuar desse jeito, não vou ter mais como faze as coisas que eu gosto. Mas e se os outros candidatos forem melhores e mais capacitados do que eu? E se o cara não quiser me contratar só porque eu não tenho o perfil? Na verdade, qual será o perfil? Não vai dar. Vou deixar para a próxima.

Deu pra perceber o que esses dois exemplos têm em comum? Caso você não tenha percebido, eu te explico: o problema é que ambos permaneceram na estaca zero o tempo todo. Nenhum dos dois deu sequer um passo em direção ao objetivo, por achar que as desvantagens superavam as vantagens. E por que isso aconteceu? Exatamente: porque eles pensaram demais.

O termo Overthinking quer dizer exatamente isso. É pensar demais nas coisas, a ponto de desistir delas. Não vou advogar em defesa dos impulsos aqui, longe disso; mas é importante buscar o equilíbrio na vida, inclusive em situações como essas. Isso também não se resume a olhar apenas um lado das coisas, mas de saber avaliar os dois lados e agir antes que esse processo de autossabotagem ocorra.

Quando você pensa demais em alguma coisa, você tira a graça da experiência, do inusitado, do surpreendente. Isso pode acabar te afastando de momentos que podem ser únicos e eternos na sua vida. Sem contar que qualquer adversidade sempre vai servir para te fortalecer e te amadurecer, independente da circunstância.

Mas isso não acontece só antes das experiências. Depois também. Quando você faz algo ruim, ou de que se envergonha, ou simplesmente se chateia com qualquer situação desagradável, é comum — embora não devesse — remoer a situação por um bom tempo. Quanto mais você deixa isso acontecer, mais escravo da sua mente você se torna. Uma dica simples (embora um pouco grosseira) para isso é: o passado fica sempre no passado. Você não pode mudar o que aconteceu. O máximo que pode acontecer é você ter que lidar com as consequências.

Não deixe os pensamentos estragarem sua vida.